sexta-feira, 5 de março de 2010

A crise é do capital na Grécia e a população como sempre sofrerá as conseqüências!



Primeiro ministro grego anuncia “estado de guerra”
Após dois dias de reuniões com o comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários Ollin Rehn, o primeiro ministro grego e presidente da Internacional Socialista, George Papandreou, anunciou que o país está em estado de guerra para lidar com o aperto econômico. Ele anunciou na reunião do grupo parlamentar do PASOK (partido socialista grego), do qual a imprensa burguesa disse que foi particularmente amarga, e com os ânimos exaltados, com vários membros do PASOK criticando as medidas de austeridade do primeiro ministro. Em uma declaração anterior à imprensa, alegaram que o Estado não tem dinheiro para mais de uma semana. O significado das trágicas declarações do primeiro ministro pode não ser mais que outro esforço para promover o derrotismo público e o consenso nacional pelas medidas de austeridade. Apesar do que diz a mídia local e internacional, baseadas em pesquisas de opinião pública de empresas com má reputação, a grande maioria dos gregos são totalmente contra os sacrifícios exigidos pelo Governo. Uma opinião que circula em Atenas é de que as declarações sobre o "estado de guerra" são na verdade o prelúdio de um "estado de sítio" para suspender os artigos da Constituição que protege o direito à greve e protestos.

Enfurecidos com os movimentos agressivos do Governo, que está cumprindo o seu programa pré-eleitoral, ADEDY, o sindicato de funcionários públicos, anunciaram uma greve de quatro horas na próxima segunda, e uma greve de 24 horas para 16 de março. O sindicato está em negociações com o GSEE (o sindicato majoritário no setor privado) para chamar uma outra greve geral em breve.

Neste momento, os quiosques de todo o país estão fechados por uma greve de 24 horas, enquanto que os taxistas estão em greve de 48 horas em todo o país, com manifestações motorizadas em Tessalônica e Atenas. Em Atenas os taxistas formaram uma manifestação de 5 km de comprimento, e os grevistas atacaram alguns policiais que estavam próximos da mobilização.

Ontem, o comissário da UE, Olli Rehn, visitou o Ministério do Trabalho pela porta de trás, já que estava acontecendo enfrentamentos entre polícia e manifestantes, que conseguiram destruir as barras de metal do prédio, com o objetivo de arrasar com ele. Enquanto isso, funcionários de repartições fiscais anunciaram outra greve de 48 horas nos dias 8 e 9 de março.

A luta trabalhista no pesqueiro egípcio em Michaniona recebeu outro ataque dos patrões, quando ontem 60 quadrilheiros pagos pelos proprietários do barco atacaram as casas dos trabalhadores egípcios, golpeando-os brutalmente.

Enquanto isso, na cidade de Yannena, os escritórios do PASOK foram ocupados por anarquistas que protestavam contra a prisão de 11 manifestantes durante a marcha no último sábado em Vironas. Todos os detidos foram libertados hoje, um deles não é permitido deixar o país.

Os professores de escola foram os primeiros a reagir ao novo pacote de medidas de austeridade que será apresentado oficialmente amanhã (hoje, 3 de março) e acredita-se que incluirá o congelamento de pensões e cortes de salários. Para amanhã os professores chamaram uma manifestação no Ministério da Fazenda, também convocaram uma passeata de protesto para quinta-feira à tarde, em Atenas. O sindicato dos professores (OLME) também chamou uma manifestação neste ministério em 10 de março, e uma greve de 4 horas para 3 e 10 de março. Ao mesmo tempo, o sindicato dos enfermeiros chamou para greves e manifestações nos dias 4 e 18 de março.

agência de notícias anarquistas-ana

caminho mundo...
a treva negra
envolve tudo...

Luís Aranha

Charge do magnífico Latuff!
Texto da ANA

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